A Praga Escarlate

✍️ Jack London

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Uma leitura curtinha mas muito boa.

O ano é 2073 e a situação nos EUA parece a mesma da chegada do homem ao continente há mais de 15 mil anos. As pessoas são divididas em tribos, várias espécies animais como cães e cavalos não são domesticadas. Não há dinheiro, não há escrita. A tradição oral voltou a reinar.

O motivo disto tudo? Uma pandemia da “Praga Escarlate” que começou no ano de 2013 e que dizimou a humanidade com sua taxa de letalidade de quase 100%. Um idoso, 60 anos depois da pandemia, é o último sobrevivente do mundo pré-pandêmico. O livro é essencialmente o relato deste idoso a seus netos (crianças completamente selvagens que só conheciam este novo mundo primitivo). O relato é fascinante porque o avô precisa, várias vezes ao longo da história, explicar aos seus netos conceitos tão básicos para nós nos dias de hoje como “milhão”, “micróbios” e “universidade”. O colapso quase instantâneo da sociedade e transição rápida da civilização para barbárie também é muito bem contado ao longo das recordações do avô.

Outra parte interessante do livro é ver o mundo em 2013 imaginado por Jack London cem anos antes. Destaco algumas frases:

“O mundo estava cheio de gente. O censo de 2010 deu oito mil milhões de habitantes…“

“2012! Esse foi o ano em que Morgan, o Quinto, foi nomeado presidente dos Estados Unidos pelo conselho de magnatas.”

“Telégrafo sem fios… Falávamos pelo ar naquele tempo, a distâncias de milhares de milhares de quilômetros”.