Aparição

✍️ Vergílio Ferreira

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Ainda estou indeciso sobre que nota dar a este livro. Há alguns sentimentos conflitantes. Por um lado a escrita do Vergílio Ferreira é brilhante mas por outro não sei se houve uma overdose de filosofia ao longo do livro. Esta foi a minha primeira incursão na obra do autor.

A história é contada em 2 tempos diferentes. O livro começa com o narrador Alberto numa sala recordando o ano em que deu aulas no liceu de Évora. Ao longo do texto alternamos entre esses dois diferentes momentos no texto. O período mais recente é repleto de divagações e reflexões filosóficas e o período mais “antigo” realmente conta a história. Tem alguma semelhança com a estrutura de Memória do Subsolo. Só que Dostoiévski separou em duas partes distintas a discussão da filosofia que o homem do subsolo apresenta e a história propriamente dita.

As personagens do livro são um capítulo à parte. Alberto pareceu-me deveras pretensioso e convencido de si. As três irmãs (Ana, Sofia e Claudia) também não eram o maior exemplo de funcionalidade. Os personagens mais “caricaturais”, Alfredo, Manuel Pateta e Machado foram os que mais me surpreenderam. Os dois primeiros por parecerem os únicos com algum bom senso (mesmo parecendo parvos) e o último pela surpresa que acontece no meio da história.

Ainda preciso amadurecer mais a resenha. Foi uma leitura desafiadora mas bem interessante.