O rei de Ramos (Portuguese Edition)
✍️ Dias Gomes
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Uma peça muito irreverente sobre o universo do jogo do bicho no Rio de Janeiro. Escrita no formato de teatro musicado, a peça gira em torno de duas famílias rivais de banqueiros do jogo. Durante anos, a situação do jogo esteve pacificada no Rio: os grandes bicheiros haviam dividido amigavelmente o território da cidade. Tudo muda, porém, quando Brilhantina, um dos contraventores, decide abrir uma banca em Ramos, região controlada por Mirandão, conhecido como o Rei de Ramos) Começa aí uma guerra (mais cômica do que trágica) dentro do mundo da contravenção. O absurdo é tal que aparece até uma versão carioca de “Romeu e Julieta” no meio da trama. A coleção de personagens da peça é impagável, enfatiza o tom satírico da peça e me faz concordar com esta frase do prefácio do livro:
Em O rei de Ramos, ninguém presta. Talvez um dos elementos de maior eficácia da peça resida nessa pintura implacável, embora bem-humorada, dos valores morais que informam nossa sociedade atual.
Dias Gomes usa o jogo do bicho como pano de fundo para fazer uma crítica mordaz ao capitalismo, devido ao poder que monopólios e cartéis podem comprar através da corrupção. Outro aspecto interessante da peça é que a relação entre samba e contravenção/crime continua até os dias de hoje.